domingo, 17 de julho de 2011

A adaptação nas teorias biológicas e filosóficas


A adaptação nas teorias biológicas e filosóficas

Danilo Gomes Ferreira Graduando em Filosofia - UFU

Este texto pretende elucidar, de maneira breve, a teoria biológica de Seleção Natural de Charles Darwin e as teorias filosóficas: racionalista de Descartes, empirista de Hume e fenomenológica de Husserl. Demonstrando de maneira sucinta os principais argumentos que fundamentam tais teses. Em síntese tenta-se responder como pode ser entendia a Seleção Natural tanto no âmbito biológico quanto no filosófico.
O sistema de Seleção Natural, defendido por Charles Darwin, apresenta como fundamento a noção de adaptação, no qual uma propriedade especifica de certa espécie é mais adequável ao meio ambiente. A predominância de tal propriedade vai se tornando um ponto de favorecimento para a espécie, a partir de sua transferência de uma geração para outra, ou seja, esta positividade adaptativa vai sendo passada de forma hereditária. Ao mesmo tempo em que as propriedades positivas vão se consolidando na espécie, se tornando “caráter padrão”, que vai se passando sucessivamente para as gerações futuras, as propriedades negativas vão se apresentando cada vez com menos intensidade, não sendo transmitida pelo ato reprodutivo.
Em seu racionalismo puro, René Descartes, propõe que apenas a razão fornece fundamento sólido para as ciências e a filosofia. Segundo ele, os sentidos nos enganam, pois quando se vê o sol, aqui da terra, a olho nu, todos, sem exceção, afirmam que ele é bem menor que a terra e é ele que circula ao seu redor. Hoje, através da ciência moderna, entendemos que é justamente o oposto, o sol é bem maior que a terra e é ela que o circula. É neste sentido que, segundo Descartes, a razão é fundamento para as ciências, pois ela opera com evidências.
Hume defende que para se ter pensamento tem que ter, necessariamente, uma percepção dos sentidos, e é aqui que está o fundamento de todo o conhecimento humano, pois se um conceito não for comprovado empiricamente é um mero conceito vazio e sem significado. Isto significa que, não há nada em nossas mentes, tido como verdadeiro, que não pode ser comprovado por experiência e observação.
Husserl admite que o mundo é uma evidência, é um dado para a percepção humana, que é quem lhe atribui significado. Com isto, se torna necessário a existência do sujeito e do objeto. A estrutura fenomenológica é sempre a noética-noemática, ou seja, a consciência (sujeito) é sempre de algo, que por sua vez existe para a consciência (consciência de..., objeto para...). Em suma, ele tenta incorporar o cogito cartesiano no mundo, na há entendimento sem consciência e sem objeto.
Portanto as teorias mais recentes, como o existencialismo sartreano, tem seus fundamentos fixados em outras teorias mais coerentes e aptas para entender a realidade. No tempo de Descartes a teoria mais aceita (apta) era a racionalista, devido seu fundamento parecer mais sólido, pois a argumentação de defesa desta tese é bem coerente. Porém, tempos depois, com Hume, a razão passa a ser um termo até de difícil definição, visto que, não se encontra uma perambulando por ai. Sendo assim é a teoria mais adaptada para época de Hume. Então, uma teoria para ser válida em seu tempo tem que ser adaptada a ele.




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